sábado, 28 de setembro de 2013

...Amor é incompreensão!

Li, gostei muito e vale compartilhar.

...Amor é incompreensão!  (Mário e Diana Corso)

Viver uma vida inteira ao lado de alguém é resignar-se a jamais decifrá-lo.

Quando se ama, o pior inimigo não é, como dizem por aí, o costume. Ele pode ser traduzido em intimidade, à guisa de elogio. A rotina pode ser deliciosa, porto seguro da alma, lugar onde ancorar a salvo do medo. A mesmice do outro não é chatice, é repouso. A repetição de seu ser nos envolve e acolhe como o café fumegante depois do almoço, ou o banido cigarro depois do sexo.
A duração de um amor não esbarra nisso, é a idealização das escolhas que a abala. Somos tolos como insetos em volta da lâmpada. Ficamos trocando de parceiro, renovando a expectativa de algo maior, relançando as apostas num encontro absoluto. Balela, amar é combater o desencontro a cada dia. Escute Clarice Lispector: “pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente”.
O convívio não destrói o mistério, pelo contrário. Viver uma vida inteira ao lado de alguém é resignar-se a jamais decifrá-lo. Não nos saciaremos um no outro. Ele nunca chegará a nos pertencer definitivamente. Um rio separa os amantes, travessias são possíveis, mas as margens não se fundirão.
Gulosos, consideramos que a felicidade seria fazer-se um: queremos mais do que encaixe, o objetivo é zerar a distância, anular a diferença, virar uma só laranja. Nesse caso, melhor casar com o espelho ou seguir em busca desse par perfeito, pulando de promessa em promessa, procurando no amor o tesouro escondido da felicidade.
O problema é que Amor e Felicidade sofrem da mesma sina. São inflacionados, acima de tudo incompreendidos e costumam não ser reconhecidos quando estão presentes. Por natureza, eles são discretos, deixam-se estar, suaves, dispostos a um bom papo, uma tacinha de vinho. Mas em geral são ignorados. Depois de um tempo, partem incógnitos. Os que não souberam reconhece-los sequer têm motivo para lamentar por isso, a ignorância protege.
Já a a Paixão e a Euforia nunca passam desapercebidas, causam furor quando chegam e todos querem ser vistos e fotografados a seu lado. São barulhentas, jogam confetes em si mesmas e somem sem que se saiba quando foi que a Ressaca tomou seu lugar.
Os amantes ingênuos são mais afeitos ao estilo destas últimas. Como num parque de diversões eterno, esses insensatos ficam em longas filas, por dias, meses, anos, na chatice da espera, para viver aqueles instantes de furor, vertigem. Não gosto de vertigem. Prefiro gastar meu prazo tomando um vinho com a Intimidade. Essa, vos asseguro, é mais próxima da Felicidade. Acho que nunca terminarei de comemorar a permanência do amor como um presente que recebo a cada dia. Um pacote de presente que nunca abro. O mistério de seu conteúdo faz parte da felicidade de tê-lo em mãos.

sábado, 1 de setembro de 2012

Sob o SOL de cada começo, eis que a Vida por si só 'significa'.



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A vida é feita de riscos, perdas, escolhas e tristezas. Mas, a vida é feita de alegrias que compreende grandes re ‘começos’.
Estava eu num domingo à tarde, olhando um filme(“Sob o sol de toscana”). Domingo “este” , em que a chuva deslizava num remanso pela janela e onde não se espera nada, absolutamente nada, além de um descanso. Eis, que o filme começa a despertar em mim todos os questionamentos inenarráveis. Pronto, ganhei à tarde, pensei!
O que é a vida senão um montante de recomeços apenas, que se movem conforme nossas experiências diante dos desafios? O ressurgimento a que me refiro no título(de Vida). Seria quando perdemos algo que é indispensável para um viver, conviver e aguentar as intempéries em que as vivências nos colocam. Questiono-me dentre tantas coisas, se este ressurgir se dá quando o pulsar volta a reinar e há um despertar?! Este pulsar que aqui me refiro não seria algo físico e sim “uma pulsão”, sendo originária do latim “pulsio”, que designa o ato de impulsionar que compreende uma força, está pra além de físico, é um impulso que nos leva em direção a algo através de infinitas possibilidades de se representar um ‘desejo’. E ‘este’,  por sua vez,  volta a nos orientar,  ‘pulsar’ e por conseguinte nos faz viver.   
A vida nos convoca constantemente a um reinvestimento de resignificações, de energias. Elaborar cicatrizes e rever escolhas, é um desacomodar-se. E como diria um dos meus escritores favoritos(Fernando Pessoa). ‘A vida é o que fazemos dela’. Então, se autorize mais, ou seja, viva e sinta! As sensações nos atravessam durante nossa trajetória inteira, sejam elas boas ou ruins; o interessante da vida não é o momento ser eterno, porque não o será nunca, mas eterna será a sensação que o momento proporcionou. Como no filme: ‘você tem que viver esfericamente sob todas as direções, com entusiasmo infantil, e as coisas acontecem’. 
Um sentido para a vida? Não estou convencida disto. Acredito que nós damos um sentindo a mesma, vivendo-a. Como diria Calligaris em um de seus escritos; ‘perder o encanto no cotidiano ou nunca ter encontrado o mesmo, eis que surge a depressão’. Ou seja, a vida se justifica por si só, ela pode ser seu próprio sentido.
Nietzsche traz uma passagem em Zaratustra, um de seus escritos, que resume o que tento defender: ‘profunda é a dor e a alegria é mais profunda que o sofrimento, a dor diz: passa! Mas, toda a alegria quer eternidade, quer profunda eternidade’. E isto talvez seja o grande dilema, exigimos da vida mais do que ela pode nos dar. Você tem de saber conviver com as frustrações e fazer delas grandes aprendizados. A dor passa e a alegria retorna, mas a alegria acontece quando esperamos grandes excitações, realizações; eis o segredo da Vida.
Vivemos de reticências, incógnitas e pulsar. Viva e some os hojes, elabore os ontens e aguarde o amanhã. Não importa o que aconteça, guarde sempre sua inocência; isto é o mais importante.
A vida é um intenso  pulsar a nos impulsionar. Esta é a grande verdade a quem possa buscar e perguntar.


Tenha um bom dia!
                          Aliene lemes! 













terça-feira, 28 de agosto de 2012

FELICIDADE, eis a questão!


APENAS PARA REFLEXÃO!





Esta coisa de que a Felicidade é um direito de todos e está na constituição dos EUA, ok. 
Agora ter que fingir 'felicidade' o tempo inteiro é algo muito chato. Não existe 
coisa pior que uma pessoa ser obrigada o tempo inteiro a fingir que é jovem, a fingir que é feliz, quando na realidade depois de uma certa idade e fase da sua vida, você vê e sente 
que todo mundo é mais ou menos igual, todo mundo quer a mesma coisa,
os fins de semanas são basicamente parecidos, não se tem grandes invenções o tempo inteiro, e você tem que fingir...sabe aquele sorriso, sabe aquela coisa "mac donalds". 
Então, não vire o chato do elevador, mas, não monte uma personalidade que não é sua. 
Não fique buscando perfeição,é uma das maiores formas de desumanização que existe,ou seja, "obrigar a gente e o outro ser perfeito" e feliz o tempo inteiro.
Nós somos seres agoniados, com medos, a medida que crescemos aprendemos apenas 
a lidar com estes monstros e demônios dentro de nós mesmos. E muitos psicólogos vão entender o que estou falando...Há uma angústia, como se fosse um desencontro interno, é um contínuo sentimento que ultrapassamos a nós mesmos o tempo inteiro. 
Há uma hipocrisia constante em colocar o problema no externo, 
ou seja, no capitalismo, na escola, na igreja, pai, mãe, fazendo isto tira-se 
esta agonia que me parece o lado mais interessante do ser humano. 
O remediar também é algo que está levando as pessoas a beira de um abismo, 
uso de medicação abusiva não resolve. 
Mas, buscar uma significação e elaboração deste mal estar 
do que a vida nos coloca e convoca seria a via e solução! 

Adaptado, Aliene.
Luiz Felipe Pondé, filósofo
(no roda viva em entrevista que olhei e tentei obsorver o máximo).

quinta-feira, 31 de maio de 2012

...Tem gente!


Li alguns anos atrás este poema tão inspirador de Ana Jácomo, que de fato me fez mais que rapidamente refletir acerca destas pessoas, existe...,mas, hoje em dia cada vez mais raríssimas.
Tem gente que tem cheiro...
de passarinho quando canta,
de sol quando acorda,
de flor quando ri.
Ao lado delas,
a gente se sente no balanço de uma rede
que dança gostoso numa tarde grande,
sem relógio e sem agenda.
Ao lado delas,
a gente se sente comendo pipoca na praça,
lambuzando o queixo de sorvete,
melando os dedos com algodão doce
da cor mais doce que tem pra escolher.
O tempo é outro.
E a vida fica com a cara que ela tem de verdade,
mas que a gente desaprende de ver.
Tem gente que tem cheiro
de colo de Deus,
de banho de mar
quando a água é quente e o céu é azul.
Ao lado delas,
a gente sabe que os anjos existem e que alguns são invisíveis.
Ao lado delas,
a gente se sente chegando em casa e trocando o salto pelo chinelo,
sonhando a maior tolice do mundo
com o gozo de quem não liga pra isso.
Ao lado delas,
pode ser abril,
mas parece manhã de Natal,
do tempo em que a gente acordava
e encontrava o presente do Papai Noel.
Tem gente que tem cheiro
das estrelas que Deus acendeu no céu
e daquelas que conseguimos acender na Terra.
Ao lado delas,
a gente não acha que o amor é possível,
a gente tem certeza.
Ao lado delas,
a gente se sente visitando um lugar feito de alegria,
recebendo um buquê de carinhos,
abraçando um filhote de urso panda,
tocando com os olhos os olhos da paz.
Ao lado delas,
saboreamos a delícia do toque suave
que sua presença sopra no nosso coração.
Tem gente que tem cheiro
de cafuné sem pressa,
do brinquedo que a gente não largava,
do acalanto que o silêncio canta,
de passeio no jardim.
Ao lado delas,
a gente percebe que a sensualidade
é um perfume que vem de dentro
e que a atração que realmente nos move
não passa só pelo corpo.
Corre em outras veias.
Pulsa em outro lugar.
Ao lado delas,
a gente lembra que no instante em que rimos
Deus está conosco, juntinho, ao nosso lado.
E a gente ri grande que nem menino arteiro.
Tem gente como você,
que nem percebe como tem a alma perfumada
e que esse perfume é dom de Deus.
Ana Jácomo!


quinta-feira, 17 de maio de 2012

...O que me têm!


Inconstrução*

Um cair da chuva de mansinho, cheirinho de terra molhada me tem;
Uma boa música que leva a uma lembrança me tem;
Um bolinho de chuva com canela me tem;
Pessoas que não se deixam sucumbir pela maldade, me têm;
Pessoas que iluminam como sol, mesmo nos dias cinzas, tiram um sol da cartola, estas me têm;
Fazer amor em uma madrugada ou num amanhecer, me tem;
Um café docinho me tem;
O frio e uma lareira quando bem acompanhada, me tem;
Longas conversas noite adentro, me tem;
Acordar com um beijo e um eu te amo assim como dormir ouvindo também, isto me mantém refém;
Uma organização me tem;
Casa cheirosinha me tem;
Sair e dançar uma noite inteira me tem;
Um livro bom me tem;
Um filme a dois me tem;
Conversar olhando no olho deitados, me tem;
Um bom jogo de futebol e uma pipoca me têm;
A cor branca me tem;
Família reunida e unida me tem;
Carinho comedido me tem;
Uma cervejinha preta me tem;
Praia em família me tem;
Carnaval em família me tem;
Questionar, me tem;
Tentar desvendar as expressões do outro*, seja escrita, faladas, articulada muito me tem;
As incógnitas da vida me têm;
Filosofia me tem;
Moranguinho, açúcar e iogurte me tem;
Um chimarrão bem cevado, me tem;
Pessoas que possuem verdade, me tem;
Pessoas inteligentes e bons gostos me tem;
Um homem charmoso, me tem;
O que nos tem, têm à nós para sempre!

Aquilo que me têm muito Amo.
                                 E o que te tem hein...?


Poderíamos fazer uma analogia com esta música abaixo, onde quer que eu vá levo você no olhar e se levamos um amor onde quer que formos, logo,levaremos o que nos detém na vida, gostos, olhares, jeitos, sonhos para sempre!


Tenha um bom dia.
Aliene!